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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Festivais do Fogo no Brasil



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Olá!!! É bom ter você aqui.


Os Festivais do Fogo são rituais que celebram os ciclos sazonais durante um ano.
São compostos por oito datas chamadas de Sabás, também conhecidos como Rituais Solares ou mais comumente como Roda do Ano.

Nestes sabás comemoramos os equinócios, solstícios, as colheitas e o Sagrado Círculo de nascimento, morte e renascimento do Deus.
A cada vez que comemoramos ficamos mais próximos dos Deuses que cultuamos, entendemos melhor Seus Mistérios, atraímos energias do mundo natural criando assim uma conexão firme entre a nossa vida, o nosso ser e o Divino.
A comemoração também nos dá a oportunidade de agradecer pelas dádivas recebidas.

"Na filosofia pagã, o Homem e a Natureza são indissociáveis e, portanto, mutuamente responsáveis pela sua preservação. Celebrar os ciclos, ou os seus vários momentos, é um modo de mostrar à Natureza (e às Divindades) a gratidão, de expressar a alegria pelos dons recebidos e de devolver à Terra aquilo que Ela proporciona. Magicamente, a celebração dos ciclos naturais possui o caráter retributivo, ou seja, ofertar  à Natureza o fruto do trabalho para garantir que este fruto será sempre colhido, que o equilíbrio natural se preservará e o suceder das fases será contínuo."(www.mitoemagia.hpg.com.br) 

É importante saber que cada Sabá é a celebração de um tempo no ano e não de uma data, aí entram as diferenças no Brasil, temos três grandes colheitas no ano e estações não tão definidas já que a maior parte do país é de clima tropical com poucas variações de temperatura.


De toda forma, o fato astronômico permanece: os dias vão ficando mais curtos e as noites mais longas depois do Equinócio de Outono em Março, até chegarmos na noite mais longa do ano (solstício de inverno).
A partir daí os dias vão ficando mais longos e as noites mais curtas até se equilibrarem em Setembro (equinócio de Primavera) e continuam crescendo até o dia mais longo do ano que é o solstício de Verão e outra vez, o dia diminui e a noite aumenta até se equilibrarem no equinócio de Outono, infinitamente. Esse fato astronômico ocorre em todo o planeta, e de maneira inversa nos hemisférios (quando é Verão aqui no Brasil, é inverno lá no Hemisfério Norte). É esse fato que interfere na comemoração da Roda. Para que ela seja coerente com a Natureza devemos celebrar na época em que acontece no lugar onde estamos.

Os sabás estão divididos em: 
- Equinócios e solstícios são chamados de Sabás Menores
-Samhain, Imbolc, Beltane e Lammas são os Grandes Sabás ou Sabás Maiores.

As datas dos Sabás Menores, marcam o auge de cada estação e os Grandes Sabás o início de cada uma.
 .Apesar do costume atual ter estabelecido equinócios e solstícios como o início de cada estação, basta observar a natureza ao redor para constatar que não é bem assim.
Por exemplo, de 31 de Outubro (Beltane) até 1º de Fevereiro (Lammas) temos o período de maior incidência solar com dias de maior duração é a época mais quente do ano. No ponto médio entre essas datas, vemos o dia de maior duração do ano (auge), e muitas vezes o dia mais quente também, que é o solstício de Verão entre 20 e 23 de Dezembro.
Mas antes do dia do solstício chegar, os dias já estavam se tornando maiores que as noites pouco a pouco e o calor também foi aumentando pouco a pouco.
Da mesma forma, o sabá Lammas comemora o fim do Verão e o início do Outono, as temperaturas começam a ficar mais amenas e os dias começam a diminuir em horas, ou seja, vão ficando mais curtos, até que em Mabon (equinócio de Outono) o dia tem a mesma duração da noite. Esse é o período que vai de Lammas a Samhain.
Isso ocorre em todas as estações do ano, com diferenças entre os Estados, principalmente no Nordeste que tem temperaturas elevadas. Mas mesmo lá, a variação de duração dos dias e noites é perceptível.

A divisão em Sabás Maiores e Menores se deu por que os povos que desenvolveram o sistema contavam o tempo de modo diferente do atual, por causa dessa contagem eles chamaram de Sabás Maiores Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain. 

"O Espírito dos Sabás - Uma visão agrupadora.
Independentemente das tradições particulares e das lendas associadas a cada sabá, há o costume de dividir essas datas em O Tempo do Grande Sol e o Tempo do Pequeno Sol, referindo-se justamente aos períodos quentes e frios do ano. No entanto, podemos reparar que, mais que representar duas fases apenas, os sabás apresentam quatro temáticas dominantes, correspondendo as quatro estações do ano e, aquelas festas que se encontram no início e no ápice de cada estação possuem características comuns.Dessa forma, os sabás que marcam o início e o auge da Primavera (Imbolc e Ostara), na perspectiva sazonal que utilizamos e não na convencional, retratam o frescor, a fragilidade e a paixão características da infância e da adolescência, sendo ritos dirigidos à fertilidade e à esperança de fartura no ano que se inicia.Beltane e Litha, sabás do Verão, tem ambos a temática da sexualidade, do ato de fecundar, do casamento. A força da juventude, a semeadura, a união dos opostos, formam a tônica desses rituais. Os Sabás do outono - Lammas e Mabon - tem como temática os aspectos relacionados à maturidade e por serem festas de colheita, ao agradecimento pelos frutos da terra e por extensão, aos resultados obtidos pelo trabalho. A ideia de gestação, de perpetuação, é bem-vinda em ambos. A temática do Samhain e  do Yule, os sabás do inverno, também se aproxima. Ambos tratam da morte e do renascimento e a tônica aqui é o recolhimento. A alegria é uma espécie de contraponto nos dois sabás, visto que o que aqui se festeja não é a plenitude em si, mas a certeza que ela virá após o momento atual.
"www.mitoemagia.hpg.com.br"

Datas dos Sabás no Hemisfério Sul 
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Samhain: 30 de abril - 1º de maio

Yule: por volta de 21 de junho

Imbolc: 1º de agosto

Ostara: por volta de 21 de setembro

Beltane: 31 de outubro

Litha: por volta de 21 de dezembro

Lammas: 2 de fevereiro

Mabon: por volta de 21 de março.

Então, aquela pessoa que leu até aqui, para e pergunta: onde ela quer chegar afinal, com esse falatório todo de clima e tempo?
Simples. Falando de tudo isso acima, eu quis que ficasse claro que, se é fundamental no paganismo a interação com a Natureza, se uma das primeiras coisas que escutamos quando começamos a trilhar esse caminho é que somos responsáveis por sua manutenção e pela eterna recriação, de igual modo é fundamental celebrar a Roda de acordo com as estações no local onde vivemos e não em conformidade com outro local que fica muito distante.
Acho que para crescermos realmente precisamos nos voltar para a energia que temos disponível em abundância em nossa cercania utilizando elementos que estejam presentes no nosso cotidiano que simbolizem o momento da Roda como ele se apresenta, onde vivemos, na medida do possível.
É claro que demoramos um pouco para chegar a essa conclusão, quando começamos a praticar a Bruxaria solitariamente pois a maioria do material descreve tudo como é feito no hemisfério norte e como é um novo conhecimento adquirido (ou ainda pouco relembrado) ainda não temos discernimento para questionar nada, mas conforme o tempo passa, começamos a observar as coisas, (re)aprender, sentir, questionar e concluir.

Importante também é que todos nós somos donos de nossos espaços mágicos e sempre devemos agir de acordo com aquilo que faz sentido tão somente para nós mesmos e a escolha de como girar a Roda do Ano é tão pessoal e intransferível quanto as nossas digitais.
Se a bruxa se sente mais confortável com a Roda do Norte que a celebre, mas que não seja apenas por ter vergonha de enfeitar uma Árvore de Yule em junho: Yule não é o Natal. Creio que se tiver vergonha, é um alerta para repensar a escolha religiosa, verificando se não sobrou apego ou temor aos dogmas e rituais da Cristandade.
Tenho o mais profundo respeito pelas pessoas que preferem girar a Roda pelo Hemisfério Norte para ter um calendário único e fortalecer a egrégora milenar e também por aquelas que utilizam os sabás híbridos, fazendo uma adaptação entre sabás do Norte e do Sul a cada data. 
Mas sinceramente acho que não é possível desenvolver uma compreensão adequada e a consequente sintonia com a energia Divina que tanto buscamos se nos afastamos daquilo que nos cerca que é a Natureza que devemos celebrar e que é a própria representação do Divino Feminino e Seu Consorte.

Obrigada por ler até aqui firme e forte! 

Até breve! 

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Festival das Luzes Imbolc.








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